Morreu Jesus numa Cruz ? Do original "Did Jesus die on a Cross" da Free Minds Org.
Tradução de Romilda Galiardi
A CRUZ - GREGO: STAUROS
Visão Bíblica
Embora a bíblia não descreva especificamente o instrumento de tortura que Jesus morreu, a tradição diz que foi numa cruz, consistindo de uma estaca e de uma barra na transversal. A palavra grega stauros é usada as vezes para descrever uma estaca simples e outras vezes de uma forma mais complexa tal como a de uma cruz. A fim de determinarmos como era a estaca que Jesus morreu, precisamos considerar o que a linguagem grega, a bíblia, e a história nos conta e o mais importante de tudo, o que a bíblia nos diz. Além do mais, devemos considerar o significado de “stauros” para os cristãos e se isto é motivo de vergonha ou de regozijo.
O GREGO:
O Novo dicionário internacional de teologia do novo testamento (The New International Dictionary of New Testament Theology) diz o seguinte respeito de “stauros” :
Correspondente ao verbo “stauroo” que era mais comum; stauros pode significar uma estaca, onde um criminoso era executado e ficava exposto publicamente para vergonha, numa forma adicional de punição. Era usado para enforcamento ( provavelmente Diod.Sic.2,18,2), empalamento ou estrangulamento. Stauros poderia também ser uma instrumento de tortura , talvez no sentido do Latim patibulum, patíbulo , uma simples trave ou viga colocada nos ombros. Finalmente, poderia ser um instrumento de execução na forma de uma estaca vertical e uma viga do mesmo comprimento formando uma cruz, no sentido mais restrito da palavra. Tinha a forma de um “T” ( do Latim crux commissa- cruz comissa) ou de um + ( crux immissa- cruz imissa) - ( Vol. 1, pg. 391).
A palavra grega “xylon” significa "madeira, um pedaço de madeira, ou qualquer coisa feita de madeira" e pode se referir a uma cruz conforme indicado no Dicionário expositivo, de Vine (Vine’s Expository Dictionary Vol. 4, p. 153.)
DESCOBERTAS HISTÓRICAS:
As descobertas históricas tem substanciado a tradição da cruz. Uma descoberta datada de pouco depois do ano 200 A.D. é um grafite tirado de um muro do Palatino Romano. É o desenho de um asno crucificado, pilhéria a respeito de um prisioneiro cristão que adorava Cristo. Os romanos sem dúvida se divertiam com os cristãos que adoravam este Jesus que eles tinham crucificado numa cruz.
Em Junho de 1968, escavadeiras trabalhando ao norte de Jerusalém encontraram acidentalmente tumbas datando do primeiro século A.C. e primeiro século D.C. O arqueologista Vasilius Tzaferis foi instruído pelo Departamento de antiguidades a escavar essas tumbas com muito cuidado. Subsequentemente uma das descobertas mais excitantes do últimos tempos foi desenterrada – o primeiro resíduo de esqueleto de um homem crucificado. O fator mais significativo desta descoberta é ter sido datada por volta do tempo de Cristo. O esqueleto era de um homem chamado Yehohanan filho de Chaggol, que tinha sido crucificado com a idade de entre 24 a 28 anos. O Sr. Tzaferis escreveu um artigo na revista Revisão da Arqueologia bíblica – (Biblical Archaelogy Review(BAR), edição de Jan/Fev. 1985. Eis aqui alguns de seus comentários referente a crucificação nos tempos de Jesus:
Nos finais do primeiro século antes de Cristo, os romanos adotaram a crucificação como punição oficial dos não romanos para certas transgressões. Inicialmente, era empregado não como um método de execução, mas apenas como punição. Além do mais a crucificação era apenas para escravos convictos de certos crimes. Durante este período da história, uma viga de madeira, conhecida como furca ou patibulum era colocado no pescoço do escravo e atado nos braços dele.
...Quando o cortejo chegava no local de execução, uma estaca vertical era afixada no solo. As vezes a vítima era presa na cruz apenas com cordas. Nesses casos o patíbulo ou viga transversal na qual os braços da vítima estavam atados, era simplesmente pregado na estaca vertical. Os pés da vítima eram então atados na estaca com algumas voltas de cordas.
Se a vítima era pregada com cravos, ela era deitada ao solo com as costas na estaca transversal. Seus braços ficavam estendidos e pregados nas duas extremidades da estaca transversal, a qual era levantada e pregada na estaca vertical. Então os pés da vítima eram pregados , nessa estaca vertical.
A fim de prolongar a agonia, os executores romanos inventaram dois instrumentos que mantinham a vítima na cruz por períodos prolongados. Um deles é conhecido como “sedile”, um pequeno apoio colocado na parte da frente , e mais ou menos na metade da cruz . Esse invento dava apoio ao corpo da vítima e pode explicar a frase usada pelos romanos: “ sentar na cruz”. Tanto Irineu como Justino o mártir descreveram a cruz de Jesus como tendo cinco extremidades em vez de quatro. A Quinta era provavelmente o sedile (p.48,49)
No artigo a seguir sobre achados arqueológicos do n° de Nov/Dez. da BAR temos o seguinte:
De acordo com as fontes de literatura (Romanas), aqueles condenados à crucificação nunca carregavam a cruz completa, apesar da crença comum em contrário e apesar de muitas reinterpretações modernas da caminhada de Jesus ao Gólgota. Ao invés disto apenas a estaca transversal era carregada, ao passo que a estaca vertical, ficava afixada num lugar permanente onde era usada para subsequentes execuções. Conforme Josefo historiador judeu do primeiro século, chama atenção em seus escritos; a madeira era muito escassa em Jerusalém no primeiro século A.D. Os romanos eram forçados a viajar 10 milhas de Jerusalém para garantir as madeiras de seus maquinários de cerco (p.21).
Detalhes similares são mencionados sobre o título “cruz” no Novo dicionário internacional de teologia do novo testamento (New International Dictionary of New Testament Theology.)
É certo apenas que os Romanos praticavam esta forma de execução. Mas é mais provável que stauros tinha uma viga transversal. Fontes seculares não permite qualquer conclusão quanto a forma precisa do desenho da cruz, se era cruz imissa (+) ou comissa (T). Como não era muito comum colocar titlos (subscrição, palavra emprestada do latim “titulos” ), não significa necessariamente que a cruz tinha uma forma imissa.
Havia duas maneiras possíveis de se erigir o stauros. O condenado poderia ser preso deitado ao solo no lugar da execução e então levantado na cruz. Alternativamente, provavelmente era comum já ter um madeiro colocado no solo antes da execução. A vítima era atada ao madeiro horizontal e então içada com esse madeiro horizontal e preso ao madeiro vertical. Como esta era a maneira mais simples de se erigir e carregar a cruz (patibulum – patíbulo) , e provavelmente, estava associado a punição de escravos, então a cruz comissa (T) poderia ter sido a prática comum. A cruz não seria muito mais alta do que um homem. (Vol.1, p.392)
OUTROS ACHADOS ARQUEOLÓGICOS:
A parte das mais recentes descobertas, há alguns outros de interesse que chamamos a atenção. Há um que envolve uma descoberta de 1873:
Em 1873 um famoso estudioso francês, Charles Clermant-Ganneau relatou uma descoberta de câmaras mortuárias ou caverna no Monte das Oliveiras. Havia 30 ossuários (peitos feitos de pedras retangulares) na qual restos de esqueletos foram preservados após desintegração de seus corpos... Um (ossuário) tinha o nome “Judah” associado com uma cruz de braços do mesmo comprimento. Além do mais o nome “Jesus” ocorria três vezes, duas em associação com uma cruz....
Seria improvável que judeus cristãos tivessem sido enterrados naquela área após 135A.D, uma vez que os Romanos proibiam judeus entrarem Aelia Capitolina.... após a Segunda revolta judaica. Tempos antigos – (Ancient Times Vol.3 N°1, Julho 1958, p.3)
Em 1939, escavações em Herculaneum, a cidade vizinha de Pompéia (destruída em 78 A.D. pelo vulcão), descobriu uma casa onde uma cruz de madeira tinha sido pregada na parede do aposento. Conforme Buried History ( Vol.10, n° 1, Março 1974 p.15)
Abaixo dessa cruz tinha um armário com um degrau em frente. Foi considerado ter sido em forma de altar, mas bem poderia ter sido usado como um local de oração....Se esta interpretação for correta, os escavadores estão fortemente inclinados a favor do significado cristão do símbolo e acessórios, tendo aqui exemplos de casa usada como igreja naquele tempo.
Em 1945 uma tumba familiar foi descoberta em Jerusalém pelo Profº E.L. Sukenik fo Museu de Antiguidades Judaicas da Universidade Hebraica. O professor Sukenik é autoridade principal do mundo em ossuários judeus. Note suas descobertas:
Dois dos ossuários traz o nome “Jesus” em grego.....O segundo destes tem também quatro cruzes grandes desenhadas....(Profº Sukenik) concluiu que todas as inscrições e cruzes se relacionavam como sendo expressões de pesar da crucificação de Jesus, e sendo escritos por volta daquele tempo....Profº Sukenik apontou......que a cruz poderia representar uma expressão vivida e ilustrada da crucifixação, equivalente a exclamação “Ele foi crucificado”. A tumba foi datada pela observação da cerâmica, lâmpadas e caracteres das letras usadas nas inscrições como sendo entre o primeiro século antes de Cristo e não muito mais tarde do que a metade do primeiro século A.D. Isto significa que as inscrições se encaixam dentro de duas décadas da crucificação, no mais tardar. Tempos antigos - (Ancient Times Vol. 3 nº 1, July 1958, p.35. Veja também Vol.5, nº3, March 1961, p.13)
TESTEMUNHOS BÍBLICOS DA CRUZ
Não se pode deixar de notar as séries de eventos de Mateus 27:26,31-37, Marcos 15:14-26, Lucas 23:26-38 e João 19:1-22 (referente a morte de Jesus) e a harmonia com o método de crucificação conforme descrito na BAR (biblical archaelogy review- Revisão da arqueologia bíblica) e outras fontes. Parece que Jesus carregou a estaca horizontal, ou patíbulo até Gólgota. Então o patíbulo foi pregado à estaca vertical, talvez tendo um assento ou um suporte aos pés, e Jesus foi pregado na estrutura toda. Sobre Ele havia um título, JESUS DE NAZARÉ, O REI DOS JUDEUS.
UM SÍMBOLO DE VITÓRIA
Embora os judeus considerassem a cruz uma coisa vergonhosa, o apóstolo Paulo jactava-se da cruz de Cristo. Em Gálatas 6:14 diz: Mas longe esteja de mim jactar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.
A palavra grega traduzida como jactar é kauchomai . É traduzida por jactar-se ou gloriar-se de alguma coisa. Paulo simplesmente gloriava-se do símbolo da cruz, que era um sinal de vitória, não de derrota. Em I Coríntios 1:17,18 ele nos diz que Jesus enviou-o a pregar a mensagem da cruz, e que pessoas ficariam em pé ou cairiam conforme a resposta à essa mensagem! E continua a dizer que muitos (como os judeus e TJ) tropeçariam na cruz (devido o significado de vergonha em suas mentes), ao passo que outros considerariam isto loucura (versículos 21-23). Mas para os cristãos significava o poder e a sabedoria de Deus! Por isso ele diz que Deus escolheu deliberadamente as coisas fracas, tolas e desprezadas pelo o mundo para fazer questão que seus filhos pudessem se gloriar naquilo que outros consideravam desprezível!
Paulo diz ao Coríntios que tinha decidido usar a mensagem da cruz de Cristo como ênfase principal( I Coríntios 2:2) mesmo a ponto de evitar argumentos superiores ou outros pontos excelentes. Porque? Por causa da habilidade de Deus de eliminar aqueles com motivos errados ao usar uma mensagem humilde como seu cartão de visita. Ele não quer atrair pessoas ao Cristianismo por dar-lhes esperanças materiais e intelectuais, mas quer alcançar aqueles que percebem o grau de pecado no mundo e que agradecem por Jesus ter morrido pelos pecados deles.
Esta tem sido a mensagem da Igreja através dos séculos- que Jesus morreu na cruz pelos nossos pecados e que está vivo e vive em nós (I Cor . 15:13, Lucas 24:45-47 ). Esta mensagem atrai certas pessoas; a maioria delas sem importância e simples (I Cor. 1:26-29)
Paulo também usa a cruz como um símbolo para a causa do Cristianismo, bem como a morte da velha natureza. Ele fala da cruz em vários contextos. Diz que alguns se tornaram inimigos da cruz (Filip. 3:18). Fala da velha natureza da lei como sendo pregada na cruz (Col.2:14). Apanha o tema de Jesus a respeito da cruz (Mat. 10:38, 16:24; Lucas 9:23; 14:27) e fala a respeito de crucificar a velha personalidade (Gálatas 2:20; 5:24. Paulo considera do começo ao fim a cruz como um sinal de vitória, não de derrota. Ele se gloria na cruz!
Cristãos não tem medo da cruz e tampouco adoram-na. É antes, um símbolo do maior ato de amor!
REFUTANDO AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Ao passo que a Igreja Cristã nunca considerou o exato método da crucificação de Jesus ou empalamento como um assunto de maior importância, a Torre de Vigia tem feito disso um problema. Ao agirem assim se mantêm fiéis ao padrão de majorar assuntos menores, muitas vezes distraindo os seguidores de assuntos de maior importância.
A Torre de Vigia considera as igrejas como “impuras” por usar a cruz como um símbolo da morte de Jesus. Concordamos que venerar a cruz ou qualquer outro símbolo é errado, mas o uso de um símbolo para propósitos ilustrativos nunca foi errado, mesmo no Novo e no Velho Testamento. Por exemplo querubins(anjos) foram bordados nas cortinas do tabernáculo nos tempos de Moisés ( Êxodo 26:1). A torre de vigia usa uma torre como símbolo especial da sociedade.
Até antes dos anos 30 a STV ilustrava Jesus como morrendo numa cruz tradicional. Porém mais tarde, ao passo que eliminaram a cruz bem como o nome de Jesus nas capas , continuaram a usar uma torre como seu símbolo. No livro “Inimigos”, o presidente J.F.Rutherford atacou a tradicional história da cruz como sendo errada porque a “cruz era adorada pelo povo pagão Celta antes do nascimento e morte de Jesus ( pag.188-189). Sem nenhuma evidencia histórica ou arqueológica acompanhando esse argumento, Rutherford declarou sua nova doutrina como um fato. Realmente o que os pagãos faziam com cruzes antes da morte de Cristo não tem nada a ver em como os Romanos crucificavam pessoas. Alem do que, Jesus não escolheu seu instrumento de morte.
As atuais objeções da STV (Sociedade Torre de Vigia) para a cruz são:
1. O Grego bíblico não sugere uma cruz e sim estaca.
2. A cruz era símbolo pagão e mais tarde foi adotado pela igreja apóstata.
3. Arqueologia prova que Jesus morreu numa estaca vertical ao invés de cruz.
4. A cruz e para ser evitada em vez de ser mencionada ou exibida.
Consideremos as repostas a essas objeções uma a uma.
PENSAMENTO TJ: O GREGO "STAUROS" NÃO SE REFERE A UMA CRUZ
Conforme os anos se passaram, “a prova “ foi fornecida pelas Testemunhas de Jeová para substanciar sua posição a respeito da cruz. Em 1950 com a publicação da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas Cristãs (TNM) o apêndice (pag.768-771) primeiro argumenta que a palavra grega stauros ( Mat. 10:38) e xylon ( Atos 5:30) não significa uma cruz, e declarou que essas palavras apenas significam uma estaca vertical sem uma transversal e que não há prova em contrário.
Do grego stauros essa palavra tem o significado primário de estaca conforme salienta a STV. O que eles não mencionam é que a palavra se refere com freqüência a construções mais complexas como a cruz. A palavra latina crux normalmente traduzida como “cruz” foi também ,as vezes, usado para se referir a uma estaca simples. O que a Sociedade Torre de Vigia (STV) ignora especificamente é que os Romanos executavam prisioneiros nas cruzes- um assunto que eles deixam cuidadosamente de lado em suas apresentações. A barra horizontal de tais cruzes era chamada de patíbulum (patíbulo) e os escravos que íam ser executados normalmente carregavam o patíbulo aos lugar de execução (Seneca, De Vita Beata 19:3, Epístoloa 101:12, Tácitus, Historiae, IV, 3) ²
Lexicos autorizados dá a definição de stauros como uma estaca enterrada no solo na posição vertical; uma barra trasversal era muitas vezes pregada na parte superior. ³
Xylon, como stauros, também pode ser usado para se referir a uma cruz, um fato deixado de lado pela STV no esforço de provar seu ponto de vista. Eles falham em provar qualquer coisa referente a stauros e xylon. Portanto, devemos olhar para os registros históricos para provas adicionais decisivas referente ao método de crucificação.
PENSAMENTO TJ: A CRUZ ERA UM SÍMBOLO PAGÃO ANTES DE SER ADOTADO PELAS IGREJAS
Qualquer que fosse o uso da cruz existente antes ou após os tempos de Jesus é um assunto irrelevante. Alem do que, não há evidencia conclusiva que judeus ou cristãos do primeiro século olhassem para a cruz da crucificação como um símbolo de adoração falsa. Símbolos tem diferentes significados em épocas diferentes. Além do mais , Jesus não escolheu seu instrumento de morte.
Enquanto que a Igreja católica, mais tarde, possa ter capitalizado na imagem da cruz, e muitas pessoas hoje em dia consideram-na um ídolo, isto não afeta o uso anterior e bíblico da cruz como símbolo do evangelho ( veja a 4ª objeção). Evidencias revelam que nos primórdios do primeiro século, havia cristãos que usavam a cruz como um símbolo do cristianismo. Os Romanos inclusive ridicularizavam-nos e faziam pilhéria dos cristãos ao pintar um asno crucificado ( veja o apêndice para ilustração).
Aparentemente a cruz não lembrava prontamente para os cristãos do primeiro século os significados de uso pagão anterior , mas permanecia como símbolo de Cristo e sua mensagem tanto para crentes ou não crentes, Atualmente é a mesma coisa. As pessoas consideram a cruz como símbolo do cristianismo.
PENSAMENTO TJ: ARQUEOLOGIA MOSTRA QUE JESUS MORREU NUMA ESTACA, NÃO NUMA CRUZ
Em 1950 e 1969 edições da Tradução do Novo Mundo (no apêndice deles), a STV reproduzia uma das dezesseis ilustrações de estacas do escritor Justus Lipsius do século 16, que foi o autor de uma obra intitulada De cruce Liber Primus, Secundus and Tres. Eles reproduziram a ilustração dessa obra de um homem empalado numa estaca vertical, mas falharam ao mencionar que Lipsius forneceu 15 ilustrações adicionais (a maior parte delas de várias crucificações em cruzes). A STV declara: Esta é a maneira que Cristo foi crucificado. E a seguir se referem a um artigo da Catholic Eclesiastical Review 1920 que declara que a cruz não foi usada senão no A.D.312 como um sinal de crucificação. 4
Em 1950 a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Gregas (apêndice p.770) declara: Ao invés de considerar a estaca de tortura em que Jesus foi crucificado como uma relíquia a ser adorada, os cristãos judeus como Simão Pedro consideravam isto uma coisa abominável. Então citam como referencia Deuteronômio 21:22,23 e Gálatas 3:23 para provar que a cruz era uma abominação. E continuam: “consequentemente os judeus cristãos consideravam a estaca de tortura em que Jesus morreu, como amaldiçoada e odiosa. A Tradução do Novo Mundo dá um ponto final no assunto ao declarar:
Portanto há uma completa falta de evidência que Jesus foi crucificado em dois pedaços de madeira em ângulo reto. Recusamos adicionar qualquer coisa as palavras escritas de Deus por inserir uma cruz pagã nas Sagradas escrituras, mas vertemos stauros e xylon de acordo com seu significado mais simples.... O passar do tempo e descobertas arqueológicas adicionais certamente provarão isto como sendo correto. Mesmo agora, a responsabilidade descansa sobre todos os que sustentam a tradição religiosa a provarem que Jesus morreu em algo diferente do que uma simples estaca. ( p.771)
Em 1969 o apêndice da tradução interlinear do Reino (Kingdom Interlinear) continha muito das mesmas informações bem como a tradução do Novo Mundo de 1984 (New World Translation) assim como também as Referencias bíblicas e a revisão de 1985 da Kingdom Interlinear. A edição de 1985 acrescenta um comentário do Dicionário expositivo de palavras do novo testamento, de Vine (Vine’s Expository Dictionary of New Testamente Words), que apoia o ponto que pagãos antes de Cristo usavam o símbolo “T “ representando o deus babilônico Tamuz, e que esta prática , aparentemente influenciou a igreja católica nesse assunto de adoração da cruz. Vine pretende que o sistema eclesiástico católico adaptou o símbolo da cruz como um resquício do paganismo.
O mais interessante disto tudo é que as T.J. (Testemunhas de Jeová) fazem afirmações tais como: “ há uma completa falta de evidência que Jesus foi crucificado numa cruz, QUANDO NESTE MESMO LIVRO que eles usam como “prova” para apoiar suas pretensões DIZ QUE JESUS MORREU EM UMA CRUZ. Uma das cruzes de Lipsius não mencionada pela STV, mostra uma crucificação em uma cruz. Uma tradução parcial do texto latino ao lado dessa cruz diz:
Na cruz de Nosso Senhor havia quatro peças de madeira, a vertical, a transversal, um tronco de árvore ( peça de madeira) colocado abaixo e um título ( inscrição) colocado acima.
Homem crucificado - Figura da página 47 de "De cruci libri tres"
Também passam o seguinte (atribuído a) Irineu: A construção da cruz tem cinco extremidades, duas na vertical e duas na horizontal, e uma no meio onde a pessoa pregada com cravos se apoiava. (De Cruce Liber Secundus, pag. 661)
Nas edições prévias ( 1950 e 1969) da TNM ( tradução Novo Mundo), após se referir a figura de Lipsius de um homem em uma estaca simples vertical, declaravam: “Esta é a maneira que Jesus foi crucificado” Tentaram induzir a idéia que o livro de Lipsius provava o ponto de vista deles. Desde que a desonestidade deles foi exposta, isto os induziu e deixarem esta declaração fora das versões de 1984 e 1985 da tradução do Novo Mundo, mas ainda usam a ilustração de Lipsius para afirmar seu ponto de vista. Deixam muito a desejar quanto a contar a história real. Realmente evitam a verdade intencionalmente.
Homem numa estaca no estilo STV - Figura usada e abusada para dar a entender que Lipsius endossava este ensino
Além de tudo a referência deles da revisão eclesiástica católica (Eclesiastical Review,1920) está desatualizada, assim tem havido outros achados arqueológicos que indicam de outra maneira, tais como as mencionadas no Biblical Archaelogy Review de Jan/Fev.1985. – Revisão da arqueologia bíblica.
Isto traz um outro assunto muito embaraçoso para as TJ – aquele das recentes descobertas arqueológicas. Nas edições passadas (1950 e 1969) da Tradução do Novo Mundo tinham dito “ o passar o tempo e outras descobertas arqueológicas provará essa veracidade.....” Porque omitiram esta declaração nas edições de 1984 e 1985 da TRADUÇÃO DO NOVO MUNDO? Precisamente por causa das mais recentes descobertas arqueológicas! Enquanto as TJ tem feito uso de fontes obscuras e desatualizadas num esforço de provar sua posição, uma batelada de achados históricos bem como as mais recentes escavações revelam prova substancial para a história tradicional da crucificação, ensinada pelas igrejas por tanto tempo.
PENSAMENTO TJ : A BÍBLIA NÃO DIZ QUE JESUS MORREU EM UMA CRUZ
Contudo, tem havido ainda maiores evidencias do que os trabalhos de Lipsius para história tradicional da crucificação e esta evidencia vem da bíblia em si. Quando Jesus reapareceu aos seus discípulos em seu corpo ressuscitado, ele tinha ainda as marcas deixadas pelos cravos nas mãos. Os discípulos estavam temerosos que fosse uma forma de espírito em vez do Senhor em carne. Lucas 24:37 diz-nos que eles se admiraram e ficaram temerosos pensando que estavam vendo um espírito. Jesus disse:
Porque estão preocupados e porque há dúvidas em seus corações? Vejam minhas mãos e meus pés que sou eu mesmo, toquem-me e vejam que um espírito não tem carne e ossos conforme podem ver que eu tenho(Lucas 24:38,39)
As TJ, incidentalmente faz nos crer que Jesus ERA um espírito naquela hora e realmente apenas se MATERIALIZOU em um corpo para confortar os discípulos. Quão melhor é acreditar na Palavra que diz que ERA o corpo de Jesus, e que suas mãos tinham ainda as marcas dos pregos!
Isto nos traz uma passagem mais conclusiva de todas que nos revela que Cristo não foi morto da maneira que as TJ retratam em suas publicações. O apóstolo João diz-nos que Tomé, que não estava lá naquela ocasião quando Jesus reapareceu, recusou acreditar que era realmente Jesus ( ele também pensava fosse um espírito). Ele disse aos demais:
A menos que veja suas MÃOS e a marca dos PREGOS, e ponha minhas mãos no lugar DOS PREGOS, e coloque minhas mãos em seu corpo não acreditarei ( João 20:25, ênfase dada).
Note que Tomé sabia que havia mais de um prego que perfurou as mãos de Jesus. As TJ ainda retratam Jesus tendo UM PREGO atravessando ambas as mãos. Quando Jesus reapareceu para Tomé, mostrou suas mãos e e assim Tomé pode ver e acreditar. ( João 20:26,27).
Aparentemente sentindo que precisavam responder este desafio , apareceu um artigo na revista A Sentinela de 1º abril , 1984 ( em inglês) pag. 31, na seção de perguntas dos leitores. Encobriram o assunto com uma citação parcial da The Cycopaedia of Biblical Theological and Ecclesiastical Literature (que não apoia a pretensão deles) num esforço de fazer parecer um desperdício de tempo especular com quantos pregos Jesus foi pregado. (Estão certos: nós não sabemos; mas sabemos que havia pelo menos dois em suas mãos). Então tentam deduzir que Tomé foi superficial em seu discurso- dizendo que mesmo assim Tomé apenas menciona as perfurações dos pregos em suas mãos e , bem poderia estar se referindo aos pregos dos pés de Jesus também. Concluem o artigo dizendo:
Portanto, não é possível neste ponto declarar com certeza quantos pregos foram usados. Qualquer ilustração de Jesus no madeiro deve ser entendida como produto de mera representação de um artista baseado em fatos limitados que temos. Debater sobre um detalhe tão insignificante não deveria nublar a verdade tão importante que nos reconciliamos com Deus através da morte de Seu filho. Romanos 5:10.
Parece que desde que as evidencias se voltaram contra eles, estão lançando mão de sua velha técnica de acusar a oposição de algo que eles mesmos são culpados. Eles mesmos fizeram declarações tais como: “falta evidência que Jesus morreu em uma cruz”
Como sempre, mudam a culpa para se acobertarem. Lembre-se são eles que acusam as pessoas de “falsa adoração” pelo uso da cruz. No que diz respeito aos cristão , o método exato da crucificação não é nenhum problema. Muito pelo contrário, a ênfase dada pela bíblia é que importa.
PENSAMENTO TJ: A ESTACA DE TORTURA (CRUZ) FOI VERGONHOSA E NÃO SE DEVERIA DAR ATENÇÃO A ELA
É verdade que os judeus viam a execução na cruz como uma forma maldita de se morrer, pois significava vergonha e sem esperança de ressurreição. As TJ vêem isso com esta mesma conotação negativa. Veja a declaração feita na revista Despertai de 8 de Novembro ,1972 ( em inglês) :
Como você se sentiria se um de seus mais queridos amigos fosse executado sob falsa acusação? Você faria uma réplica do instrumento de execução, ou seja uma forca ou uma cadeira elétrica? Beijaria tal réplica, acenderia velas ou a usaria em seu pescoço como enfeite? Poderia dizer - “Claro que não.
Para os judeus e para os romanos a maneira que Jesus morreu foi vergonhosa e humilhante. Foi executado como um criminoso da pior espécie, como aqueles que foram crucificados junto com ele. Morrer dessa maneira representou-o mal, da pior maneira possível. Todavia, para os cristãos , o instrumento de execução em sí era algo repulsivo. Venera-lo poderia ter significado dar glória a ação errada nele cometido – o assassinato de Jesus Cristo ( p.27)
Novamente as TJ estão confundindo o assunto classificando aqueles que “veneram” ou adoram uma cruz com aqueles que consideram a cruz como um símbolo do cristianismo. Certamente não se justifica adorar ou beijar uma cruz, mas justifica-se a consideração da cruz como símbolo do cristianismo.
Notas de rodapé:
1. Buried History, Vol. 9 no.2, pag.41 ( June 1973, Australian Inst. Of Archeology)
2. Biblical Quarterly, Volume 13, Number 4, page 442
3. Greek English Lexicon, Arndt and Gingrich, page 772
4. A cruz foi descoberta em escavações de túmulos cristãos muito antes do 4º século( compare com Despertai de 8 de novembro de 1972 p. 27 – em inglês )
NOVAS EVIDÊNCIAS DA CRUCIFICAÇÃO DE CRISTO
“Duas questões a respeito da crucificação” é o título de um fascinante artigo da Bible Review– Revisão biblica de abril de 1989. Abaixo havia dois sub-títulos:
“ A vítima morre por asfixia”, e “ pregos nas mãos suportariam o peso do corpo?”
Nesse artigo o autor desacredita a teoria anterior de crucificação conforme formulado por A.A. Lebec em 1925 , com ampla publicidade em 1953 pelo Dr. Pierre Barbet que disse que (1) Jesus morreu por asfixia devido incapacidade de se erguer para respirar, e (2) os pregos foram pregados em seus pulsos ( assumindo que as palmas das mãos não suportariam o peso do corpo). Atualmente, parece que a evidência não apoia a teoria de Barbet.
Foram feitas pesquisas médicas por Frederick T. Zugibe, que é professor adjunto de patologia na Universidade de Columbia- Faculdade de médicos e cirurgiões. Ele como autor de Cruz e mortalha – Uma junta médica examina a crucificação, demonstra conclusivamente que:
1) Jesus não morreu por asfixia, mas por choque e trauma. Além do mais, um homem crucificado com as mãos encima da cabeça ( conforme a Sociedade Torre de Vigia ilustra), sufocaria em minutos, ao passo que com as mãos apartadas de lado em ângulo de 60 a 70 graus, poderia viver por horas sem sufocar.
2) Há dois lugares nas palmas de cada mão que permite a penetração de um cravo suportando o peso de todo o corpo até vários quilos tornando nula a “ teoria do pulso” para explicar como Cristo foi pregado na cruz.
Anos atrás, LeBec e Barber concluíram que uma pessoa pendurada pelos braços sobre a cabeça, sufocaria em minutos devido incapacidade dos pulmões se expandiram e contraírem nessa posição. Adicionalmente, um radiologista austríaco, Herman Moedder fez experimentos com estudantes de medicina, nos anos 40, pendurando-os pelos seus pulsos com as mãos sobre a cabeça ( muito parecido com as figuras de Jesus na estaca de tortura da STV). Em poucos minutos os estudantes ficavam pálidos, a capacidade em seus pulmões caía de 5.2 para 1.5 litros, a pressão sanguínia diminuía e a pulsação aumentava. Moedder concluiu que a incapacidade de respiração ocorreria em aproximadamente 6 minutos se eles não fossem colocados em pé para descansar. O mesmo aconteceria com Cristo se ele fosse suspenso em uma estaca conforme a Sociedade Torre de Vigia ilustra, com as mãos encima da cabeça. Ele sufocaria em minutos.
Zugibe, descobriu porem, que se os estudantes fossem pendurados pelas mãos abertas para os lados num ângulo de 60-70 graus, não teriam nenhuma dificuldade em respirar por horas a fio. Uma vez que Lucas 23:44 e Mateus 27:45,46 mostra que Jesus ficou na cruz por aproximadamente três horas, essa evidência aponta que ele morreu numa cruz tradicional.
Zugibe fez experiências usando um número de voluntários que desejavam experimentar a suspensão na cruz de diversas maneiras, nenhuma delas mutilava a carne ou danificava o corpo. Foram usadas luvas especiais de couro para pregar as mãos na cruz. Para demonstrar que um cravo pregado nas mãos podia suportar o pesos de vários quilos, Zugibe, em uma outra experiência usou braços cortados de cadáveres frescos, cravando-os pelos dois pontos ( área “Z” e o espaço de Destot- veja figura ) e colocou pesos nesses braços ( para dizer a verdade - uma experiência um tanto repulsiva).
Se Jesus não morreu por asfixia, então qual foi a causa de sua morte? Vamos rememorar o dia da morte de Cristo.
Primeiro, Jesus teve perda do volume de sangue pela transpiração e suor de sangue devido a angustia mental. Após a prisão foi surrado com um chicote de couro que tinha metal ou pedaços de osso nas pontas. Conforme penetravam na pele, traumatizavam músculos, pele e nervos. Isto tudo foi seguido de tremores, suores em abundância e desfalecimentos. Muito líquido foi perdido. Muito antes de ser pendurado na cruz Jesus já poderia ter entrado em estado de choque devido as chicotadas, irritação dos nervos resultante das escoriações da coroa de espinhos e por ter sido espancado várias vezes. Finalmente, ele foi pregado na cruz com cravos grandes, feito em forma de quina, tanto nas mãos como nos pés. Esses ferimentos dos nervos era cruciante, além do choque e perda de líquido. Durante três horas, qualquer movimento por mais leve que fosse, significava uma dor cruciante. A morte foi resultado de extremo choque devido uma combinação de cansaço, dor e perda de sangue.
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