30 de maio de 2011

A Refeição Noturna e a volta de Cristo

A Refeição Noturna e a volta de Cristo


Pelo Irmão Brasileiro

A última quarta-feira (16/04/2003 - que correspondeu ao dia 14 de Nisã do calendário hebraico, sendo o dia de comemoração da páscoa) foi um dia muito importante para o cristianismo. A cerca de 2.000 anos, o nosso Senhor Jesus comemorou a páscoa bíblica e instituiu a celebração de sua morte em prol da humanidade. A idéia de comemorar a morte de uma pessoa parece bizarra para muitos, mas o que Cristo instituiu na verdade foi a comemoração de sua vitória na vida terrena, culminada em sua morte na carne. Assim, olhando
por este prisma, faz todo sentido comemorar o dia da vitória do nosso Senhor Jesus Cristo, e acima de tudo, obedecer uma ordenança que Ele nos deixou.

Diferentemente dos cristãos, que comemoram mensalmente a ceia, as Testemunhas de Jeová comemoram anualmente a morte de Jesus Cristo. O curioso é que eles deveriam enfatizar mais o fato de que o seu corpo e seu sangue nos redime - além de sua ressurreição que foi a vitória sobre a morte -, mas eles chamam atenção justamente do momento de sua morte e a comemoram! Evidentemente que eu conheço o sentido que eles dão a ocasião (que seria o de comemorar a morte em seu sentido vicário), pois fui um deles. Lembro-me de todo ano comparecer a "refeição noturna do Senhor" (a forma que as TJ's chamam a sua ceia anual) e assistir a uma palestra proferida por um ancião da congregação. Nesta ocasião tão especial, muitos daqueles que "estudam a bíblia" com as testemunhas comparecem a esta reunião ao redor do mundo (a audiência no mundo chega a cerca de 12 milhões de pessoas - das quais apenas metade delas são testemunhas de Jeová). Sendo que, ao invés de tomar do cálice e comer do pão, eu me lembro de apenas passar de mão em mão tais "emblemas". Nós só podíamos pegar nos "emblemas" (o pão ou o vinho), contemplá-los e passá-los adiante, visto que na ótica da maioria das testemunhas, elas não fazem parte do novo pacto. Apenas algumas pessoas ao redor do globo realmente tomam o cálice e comem do pão (cerca de 8.000 pessoas). Estes são o restante dos "144.000" privilegiados que tem direito ao céu. Como eu fazia parte de uma sub-classe (a grande multidão) eu não tinha direito de ingerir a refeição noturna (a ceia).

A bíblia nos mostra que devemos celebrar esta ocasião regularmente. Esta semana eu estava meditando sobre esta data e o Senhor me deu uma palavra em minha mente, e logo a fui checar na bíblia e atentei para algo que nunca havia me passado pela cabeça: a relação entre aquela palavra e o ensino das testemunhas concernente a volta de Cristo - ou como elas mesmas falam "a presença de Cristo".

Vejamos 1 Coríntios 11:26. Assim diz: "Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha.". Deus me falava nesta ocasião que deveríamos comemorar esta data até que Cristo venha. Isto está muito claro para qualquer cristão e talvez até você esteja me perguntando "O que esta passagem tem demais ?". Para os Cristãos, esta passagem não representa ponto de discussão ou dilema doutrinário. O mesmo eu não posso dizer das Testemunhas.

As Testemunhas de Jeová dividem um único evento em dois. Dizem que Cristo está presente de forma invisível desde 1914. Eles explicam que a palavra grega "Parousia" encontrada em Mateus 24:27, 1 Tessalonicenses 4:15-17 e 2 Tessalonicenses 2:8 significa "presença" e arrazoam que Cristo já "veio" numa presença "invisível", e que ainda virá, mas não numa presença física. Esta "primeira vinda" se daria apenas para os que pudessem ver com os "olhos do entendimento". Mas a pergunta que fica agora é: Será que Cristo está mesmo em uma presença invisível ? Será que o evento dos textos de Mateus e Tessalonicenses são diferentes de outros que tratam do mesmo assunto, ou são são iguais ?

É fácil explicarmos isto quando olhamos exclusivamente para a bíblia, e não para um punhado de publicações que muitas vezes tentam substituir ou roubar o papel do verdadeiro livro que Deus deixou ao homem, que é a sua própria palavra - as escrituras sagradas.

A palavra grega "Parousia" encontrada nas passagens citadas acima realmente podem denotar uma "presença invisível" como prega a Sociedade Torre de Vigia ? A resposta é não. Primeiramente, o sentido da palavra original é estar literalmente e visivelmente presente. O livro "O Vocabulário do Testamento Grego - ilustrado do papiro e de outras fontes não literárias" (The vocabulary of the Greek Testament, - illustrated from the Papyri and Other Non-literary sources) nos clareia a visão acerca desta palavra na página 497:

"O que, portanto, nos concerne mais especificamente em conexão com o uso do NT de 'parousia' é a força quase técnica da palavra dos tempos de Ptolomeu adiante para denotar a visita de um Rei, Imperador, ou outra pessoa de autoridade..."

O artigo continua a dar ilustrações de tais visitas na literatura grega. Em tal papiro estava a descrição da visita real da rainha Cleópatra e o rei Ptolomeu a Memphis no seu reinado do Egito. Esta ocasião foi denominada "parousia" - uma visita presencial em carne e osso de pessoas com autoridade real.

A própria bíblia contém outros exemplos claros da palavra "Parousia" . Abra sua bíblia e veja os seguintes textos: 2 Corintios 10:10, 1 Corintios 16:17, 2 Corintios 7:6,7 e Filipenses 1:26; 2:12.

Em todas as ocasiões apresentadas, a palavra foi usada para apresentar uma presença física das pessoas citadas, bem como a presença (também física) de Paulo nas igrejas.

E como será que os eruditos e estudiosos do grego bíblico vêem a palavra "Parousia" ? Entre eles, o ato de ir a aula de forma presencial é chamado de "parousia". Já imaginou um aluno indo a sua aula de Grego bíblico em "espírito" ou estando em outro lugar e começar a pensar na aula ? Isto o faria literalmente presente ? Certamente que não, e definitivamente não é isto que a palavra quer dizer.

Mas voltando ao evento da vinda de Cristo, outras palavras - fora "parousia" - são usadas no N.T para denotá-lo. Dentre elas, está a palavra "Erchomai", presente no texto que foi a razão deste artigo (1 Corintios 11:26). Entretanto, como já falamos aqui todas estas palavras se referem a um mesmo evento. Vejamos quais são:

Apokalupto (revelação - 1 Tes 1:7; 1 Pe 1:7, Lu 17:29,30)
Epiphaneia (manifestação - 1 Ti 6:14; 4:8; Tit 2:13)
Erchomai (vinda - Ma 24:30; 26:64; Jô 14:3; 1 Co 11:26; Ap 1:7)
Optomai ("Aparece" ou "se torna visível - He 9:28)
Phanerro (Se tornar manifesto - 1 Pe 5:4)
Hupostrepho (Retorno - Lu 19:12)
Analuo (Retornará - Lu 12:36)
Heko (vinda - Ap. 2:25)

Vejamos agora Apocalipse 1:7: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém".

A bíblia é clara, e diz que todo olho o verá. Sabemos que a bíblia e Deus não pode mentir (Tito 1:2, 2 Timóteo 3:16). Se a bíblia afirma que "todo olho o verá" ela está dizendo exatamente isto, e devemos ter certeza do cumprimento desta profecia, que é bem diferente do que a Torre de Vigia afirma, quando dizem que somente aqueles que tem os "olhos do entendimento" é que o verão.

Assim, Jesus ainda não veio. A palavra grega "parousia" deve ser corretamente traduzida por "vinda" e não "presença" . O ensino de que Jesus já voltou numa presença invisível para depois voltar novamente numa presença mais visível é mais uma distorção das escrituras baseado na falsa data de 1914 (clique neste link para saber porque esta data é falsa). Além disto, a ordem de Paulo em 1 Coríntios 11:26 de continuarmos a nos lembrar de Cristo na sua morte vicária tomando do pão e do vinho continua, até que Ele (Cristo) venha, pois ele ainda não veio novamente.

Que este artigo possa nos dar uma reflexão sobre este importante acontecimento, a fim de que possamos dar o imenso valor que esta data representa para todos nós, Cristãos.

Que Deus lhe abençoe e lhe ilumine, mostrando e reluzindo a luz da verdade em teu coração.

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